A queda de tensão do diodo é natural, é um outro parâmetro ou característica, embora muito raramente mencionado nas lições sobre componentes, tem certa importância em algumas aplicações e, portanto, deve também ser levada em conta. A chamada Queda de Tensão Direta (VF), que nada mais é do que um certo degrau ou roubo de tensão que os diodos automaticamente promovem na voltagem originalmente a eles aplicada. Isso se deve à necessidade de ser vencida a barreira de potencial da junção semicondutora.
Nos diodos de germânio, essa queda de tensão, no sentido direto, situa-se geralmente entre 0,2 e 0,4 volts, enquanto que nos componentes de silício pode ficar entre 0,6 e 1,0 volts. Um diodo de silício, no percurso de uma corrente, determinará automaticamente uma queda de tensão entre 0,6 e 1,0 volts, devido ao seu parâmetro inerente VF. Um conjunto de pilhas, perfazendo 6 volts totais, tem seus terminais aplicados a uma utilização qualquer, via diodo de silício, fazendo com que a tensão real disponível fique entre 5,0 e 5,4 volts e não 6 volts que eram de se esperar, uma vez que o dito está polarizado no sentido direto). Outro exemplo, uma fonte de tensão capaz de fornecer o,5 volts, aplicada a uma utilização qualquer, através de um diodo de silício, simplesmente não consegue vencer a queda de tensão natural do diodo (entre 0,6 e 1,0 volts) e assim nada passa, mesmo polarizado em sentido direto, funciona como um isolador absoluto, igualzinho ele estivesse polarizado inversamente.
Esse parâmetro (VF) também consta dos manuais e data books dos fabricantes, porém como essa característica é mais ou menos fixa ao largo de diodos para ampla gama de tensões e corrente, existindo uma diferença mais sensível apenas no que diz respeito ao material semicondutor empregado na fabricação do componente, basta sempre levar em consideração que: Diodos de germânio derruba (VF) de 0,2 a 04 volts e Diodos de silício derrubam de 0,6 a 1,0 volts. Na maioria das aplicações, não críticas, e quase sempre com sobra de tensão para a respectiva utilização, esse parâmetro ou característica pode até ser esquecido.
PONTES DE DIODOS
Organizamos na forma que se convencionou chamar de ponte, os fabricantes oferecem esse conjunto de diodos num só encapsulamento, como se fosse um único componente, dotado de 4 pernas, para as montagens, projetos e implementações, tais super-componentes tornam-se bastante práticos. O diodo sozinho pode fazer o trabalho de retificar uma corrente alternada, deixando passar a dita corrente apenas quando a polaridade se apresenta no sentido direto.
Se ligarmos 4 diodos, aplicando-se tensão, sob qualquer polaridade, na saída do arranjo teremos polaridade fixa e invariável. Com isso, pode ser aplicada C.C de qualquer polaridade, ou principalmente C.A., apresentando-se sempre com as polaridades indicadas. Supondo que “A” está positivo e “B” negativo, D2 e D3 estarão polarizados no sentido direto, enquanto que D1 e D4 estarão inversamente polarizado. É só seguir as setas para verificar a polaridade na saída do sistema. Quando “A” estiver negativo, e “B” positivo, então D4 e D1 estarão polarizados no sentido de condução, enquanto que D2 e D3 não conduzirão, por estarem inversamente polarizados. Se a corrente aplicada ao ponto A-B for alternada, a saída continuará sob polaridade fixa, apenas que a corrente se manifestará em pulsos e não de forma contínua.
Os fabricantes oferecem esse arranjo num encapsulamento único, quase sempre com os terminais identificados da seguinte maneira: uma “senóide” (forma de onda de corrente alternada) para os dois terminais de entrada e (+) e (-) para os terminais de saída. Não se esqueça que pontes desse tipo são formadas por diodos, e que diodos têm parâmetros e limites, portanto as pontes também os têm. Obviamente que, uma vez calculado ou parametrado um componente, limite, valor de tensão, corrente, resistência, capacitância, potência, etc., quanto mais perto desse valor pudermos chegar, na prática, melhor.
No dia-a-dia da eletrônica, contudo, muitos dos circuitos e aplicações são não críticos, admitindo margem relativamente larga de variação em parâmetros e valores, sem que isso venha a influenciar substâncias no funcionamento ou comportamento esperado do dispositivo. Embora capacitores, resistores e todos os demais componentes tenham suas tolerâncias naturais na grande maioria dos casos, esse fator não é mencionado. Quando isso ocorre, é porque tal fatos não é importante, podendo ser usado, no item, um componente com qualquer das tolerâncias ou margens de erro existentes no mercado. Se for solicitado um resistor de 1K x ¼ watt x 10%, por exemplo, não pode ser aplicado um componente de 1K x ¼ watt x 20%, tem que ser de 10% ou melhor um para 5% ou 1% pode ser colocado.
Por Gricer Jr
Técnico da Griço Eletrônica e Informática
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