Diodos
Por Gricer Bento
13/05/2025, às 10:36
Os diodos se dividem basicamente em três categorias: os bons condutores, os maus condutores (isolantes) e os semicondutores... os semicondutores são materiais ou elementos naturais que constituem a matéria prima de toda a moderna eletrônica, uma vez que permitem a fabricação dos diodos, transistores, circuitos integrados, etc., a um nível mais sofisticado e miniaturizado.
Ao lado dos transístores, os
diodos são componentes muito importante, quase onipresente nos modernos
circuitos eletrônicos. Na sua essência, um diodo é um componente muito simples,
cuja a única habilidade é permitir a passagem da corrente elétrica num sentido,
vetando tal passagem no sentido oposto. O símbolo adotado para representar o
diodo nos diagramas de circuitos, diz muito dessa sua habilidade ou
propriedade, uma seta, dando a nítida idéia da “mão única” que o componente
oferece. Seus terminais são denominados Ánodo (A) e o Cátodo (K) e diversas
codificações são adotadas pelos fabricantes para indicar claramente esses
terminais.
O modelo mais comum tem uma
pequena faixa ou anel, em cor constante, indica sobre o corpo cilíndrico do
componente, a posição do terminal de catodo (K). A corrente elétrica é uma
espécie de fluxo ou deslocamento dos elétrons, esse fluxo se desenvolve através
de qualquer condutor ou componentes, emfim, através de um circuito. Para que
possa conduzir ou permitir a passagem dos elétrons, um material qualquer deve
apresentar elétrons livres, ou seja, uma estrutura atômica muito rígida,
praticamente sem elétrons livres dificultam enormemente a passagem da corrente,
já que os tais elétrons livres funcionam como portadores da corrente, como que
levando-a através da estrutura atômica do material.
Já os materiais semicondutores
apresentam especiais características físicas. O germânio e o silício são
semicondutores dos mais usados em eletrônica. Em estado natural esses elementos
são quase isolantes, principalmente sob temperaturas normais ou ambiente.
Entretanto, se aquecidos, tais elementos permitem a passagem da corrente com
mais facilidade.
Adicionando industrialmente
determinadas impurezas à estrutura dos germânios ou do silício, é possível, por
exemplo, fazer com que tais materiais passem a conduzir a corrente como um
metal, através dos elétrons livres. Os poderes dos diodos, não
são, contudo, infinitos. Como todo e qualquer componente eletro/eletrônico, os
diodos também tem seus limites ou parâmetros, que não podem ser ultrapassados na
prática, sob pena de dano ao componente. Os principais limites dos diodos são:
- Máxima Corrente Direta (IF),
ou seja, a maior corrente que o componente permite transitar, quando polarizado
no sentido direto.
-Máxima Tensão Reversa (VR) ou
seja, a maior voltagem que o diodo é capaz de segurar, quando polarizado em
sentido inverso.
Esses parâmetros são os mais
importantes e devem sempre ser levados em conta. Os dados do IF e VR,
normalmente, apenas podem ser obtidos nos próprios catálogos dos fabricantes.
Precisamos saber usar as características e limites dos diodos. O parâmetro
máximo corrente direta (IF) de um determinado diodo deve ser sempre maior do
que a corrente que realmente percorrerá o componente, sob funcionamento normal
e constante, no circuito ou dispositivo no qual esteja instalado. Como normal
geral, devemos utilizar um diodo com IF de 1,5 a 2 vezes maior do que a
corrente real calculada ou medida no circuito. Se isso não for respeitado, o
componente irá se aquecer e, sob funcionamento prolongado, terminará
queimando-se. Assim, por exemplo, se um cálculo ou medição determinar uma
corrente real de 0,6ª num certo diodo, devemos usar um componente com IF de 1ª,
para dar a devida folga e garantia de funcionamento sem problemas.
Também o parâmetro máxima
tensão reversa (VR) deve ser consideravelmente maior, na prática, do que o
valor calculado ou medido. A margem de segurança recomendada é também de 50% a
100% (1,5 a 2 vezes), com que o diodo que deva segurar uma tensão inversa de,
por exemplo 400V, convém que apresente um uma VR de 1000V, e assim por diante.
A queda de tensão natural dos
diodos, é outro parâmetro ou característica que embora muito raramente
mencionado, tem certa importância em algumas aplicações. A Queda de Tensão Direta (VF),
que nada mais é do que um certo degrau ou roubo de tensão que os diodos
automaticamente promovem na voltagem originalmente a eles aplicada. Isso se
deve a necessidade de ser vencida a barreira de potencial da junção
semicondutora. Nos diodos do germânio, essa queda de tensão, no sentido direto,
situa-se geralmente entre 0,2 e 0,4 volts, enquanto que nos componentes de silício
pode ficar entre 0,6 e 1,0 volts.
Esse parâmetro (VF) também
consta dos manuais e data books dos fabricantes, porém como essa característica
é mais ou menos fixa ao lardo de diodos para ampla gama de tensões e corrente.
Parâmetros do Diodo
Muita coisa importante pode ser feita a partir do poder que o doido tem de permitir a passagem da corrente elétrica num só sentido, vedando-lhe a passagem no sentido inverso. Tais poderes não são, contudo, infinitos, como todo e qualquer componente eletrônico, os diodos também tem seus limites ou parâmetros, que não podem ser ultrapassados na prática, sob pena de dano ao componente! Os principais limites dos diodos são:
Máxima Corrente Direta (IF), ou seja, a maior corrente que o componente permite transitar, quando polarizado no sentido direto.
Máxima Tensão Reversa (VR) ou seja, a maior voltagem que o diodo é capaz de segurar, quando polarizado em sentido inverso.
Esses parâmetros são os mais importantes e devem ser sempre ser levados em conta, nas experiências, projetos ou aplicações. Os dados de IF e VR, normalmente, apenas podem ser obtidos nos próprios catálogos dos fabricantes, ou nos manuais ou data books.
Vamos repassar os tipos e códigos mais usados no dia-a-dia, ao lado de seus parâmetros principais e dados sobre aplicações típicas.
DIODOS DE BAIXO SINAL
CÓDIGO | MATERIAL | VR (V) | IF (A) | APLICAÇÕES TÍPICAS |
1N34 | Germânio | 60 | 0,25 | Demodulação de RF |
1N60 | Germânio | 60 | 0,25 | Demodulação de RF |
1N66 | Germânio | 60 | 0,25 | Demodulação de RF |
OA90 | Germânio | 30 | 0,03 | Demod. RF e apli. Gerais |
OA91 | Germânio | 115 | 0,05 | Aplic. Gerais |
1N914 | Silício | 75 | 0,075 | Aplic. Gerais/ alta veloc. |
1N916 | Silício | 75 | 0,075 | Aplic. Gerais/ alta veloc. |
IN4148 | Silício | 75 | 0,2 | Aplic. Gerais/ alta veloc. |
1N4448 | Silício | 75 | 0,2 | Aplic. Gerais/ alta veloc. |
DIODOS RETIFICADORES
CÓDIGOS | MATERIAL | VR (V) | IF (A) | APLICAÇÕES TÍPICAS |
1N4001 | Silício | 50 | 1 | Retificação/ aplic. gerais |
1N4002 | Silício | 100 | 1 | Retificação/ aplic. Gerais |
1N4003 | Silício | 200 | 1 | Retificação |
1N4004 | Silício | 400 | 1 | Retificação |
1N4007 | Silício | 1000 | 1 | Retificação |
1N5400 | Silício | 50 | 3 | Retificação/alta corrente |
1N5401 | Silício | 100 | 3 | Retificação/alta corrente |
1N5402 | Silício | 200 | 3 | Retificação/alta corrente |
1N5403 | Silício | 300 | 3 | Retificação/alta corrente |
1N5404 | Silício | 400 | 3 | Retificação de potência |
1N5406 | Silício | 600 | 3 | Retificação de potência |
BY126 | Silício | 650 | 1 | Retificação |
BY127 | Silício | 1250 | 1,5 | Retificação |
Esses dois grupos básicos de diodo oferecem uma boa margem de escolha para as aplicações típicas, em experiências, montagens definitivas e projetos. O parâmetro máxima corrente direta (IF) de um determinado diodo deve ser sempre maior do que a corrente que realmente percorrerá o componente, sob funcionamento normal e constante, no circuito ou dispositivo no qual esteja instalado. Como norma geral, devemos utilizar um diodo com IF de 1,5 a 2 vezes maior do que a corrente real calculada ou medida no circuito. Se isso não for respeitado, o componente irá se aquecer e, sob funcionamento prolongado, terminará por queimar-se. Assim, por exemplo, se um cálculo ou medição determinar uma corrente real de 0,6ª num certo diodo, devemos usar um componente com IF de 1ª, para dar a devida folga e garantia de funcionamento sem problemas.
Também o parâmetro máxima tensão reversa (VR) deve ser consideravelmente maior, na prática, do que realmente calculado ou medido (tensão real). A margem de segurança recomendada é também de 50% a 100% (1,5 a 2 vezes...), como o que um diodo que deva segurar uma tensão inversa de, por exemplo, 400V convém que apresente uma VR de 1000V, e assim por diante. O não cumprimento desse preceito poderá gerar a queima do diodo a qualquer transiente (surto momentâneo de sobre-tensão).
Por falar em transientes, é bom lembrar que esse nome esquisito representa o imponderável, o imprevisível, o imedível, onde num determinado circuito, cujo funcionamento tenha sido rigorosamente parametrado e calculado, usamos um diodo (exemplo) para 1000V, sabemos previamente, que a máxima tensão real que o diodo deve aguentar será de aproximadamente 500V. Se o dispositivo for alimentado diretamente pela rede C.A e esta, numa noite de tempestade, receber uma descarga elétrica atmosférica e os dispositivos de aterramento e proteção da própria Cia. De Eletricidade local não estiverem perfeitos, na ocasião, bye bye diodo (e, provavelmente, bye bye também para tudo o mais que estiver ligado à tomada). É certo que o exemplo ilustra uma ocorrência radical, e contra a qual literalmente não há defesa. Entretanto, outros transientes não tão bravos, mais ainda assim fortes o suficiente para estourar componentes cujos parâmetros não estejam devidamente folgados, podem ocorrer devido a causas diversas: um momentâneo curto na rede elétrica, um contato indevido (gerado pelo vento movimentando fios cujos isolamentos já tenham ido para a “cucuia”, entre cabagens de 110 ou 220 volts e outras que conduzam tensões industriais, muito mais altas. E assim por diante.
E justamente para tentar prever o imprevisível que damos margens ou golga na parametragem dos limites básicos dos componentes, em qualquer situação ou aplicação! Só em casos muito emergenciais e provisórios admite-se o uso de componentes com parâmetros de tensão e corrente muito próximos do nominal.
A Queda de Tensão do Diodo
A queda de tensão do diodo é natural, é um outro parâmetro ou característica, embora muito raramente mencionado nas lições sobre componentes, tem certa importância em algumas aplicações e, portanto, deve também ser levada em conta. A chamada Queda de Tensão Direta (VF), que nada mais é do que um certo degrau ou roubo de tensão que os diodos automaticamente promovem na voltagem originalmente a eles aplicada. Isso se deve à necessidade de ser vencida a barreira de potencial da junção semicondutora.
Nos diodos de germânio, essa queda de tensão, no sentido direto, situa-se geralmente entre 0,2 e 0,4 volts, enquanto que nos componentes de silício pode ficar entre 0,6 e 1,0 volts. Um diodo de silício, no percurso de uma corrente, determinará automaticamente uma queda de tensão entre 0,6 e 1,0 volts, devido ao seu parâmetro inerente VF. Um conjunto de pilhas, perfazendo 6 volts totais, tem seus terminais aplicados a uma utilização qualquer, via diodo de silício, fazendo com que a tensão real disponível fique entre 5,0 e 5,4 volts e não 6 volts que eram de se esperar, uma vez que o dito está polarizado no sentido direto). Outro exemplo, uma fonte de tensão capaz de fornecer o,5 volts, aplicada a uma utilização qualquer, através de um diodo de silício, simplesmente não consegue vencer a queda de tensão natural do diodo (entre 0,6 e 1,0 volts) e assim nada passa, mesmo polarizado em sentido direto, funciona como um isolador absoluto, igualzinho ele estivesse polarizado inversamente.
Esse parâmetro (VF) também consta dos manuais e data books dos fabricantes, porém como essa característica é mais ou menos fixa ao largo de diodos para ampla gama de tensões e corrente, existindo uma diferença mais sensível apenas no que diz respeito ao material semicondutor empregado na fabricação do componente, basta sempre levar em consideração que: Diodos de germânio derruba (VF) de 0,2 a 04 volts e Diodos de silício derrubam de 0,6 a 1,0 volts. Na maioria das aplicações, não críticas, e quase sempre com sobra de tensão para a respectiva utilização, esse parâmetro ou característica pode até ser esquecido.
PONTES DE DIODOS
Organizamos na forma que se convencionou chamar de ponte, os fabricantes oferecem esse conjunto de diodos num só encapsulamento, como se fosse um único componente, dotado de 4 pernas, para as montagens, projetos e implementações, tais super-componentes tornam-se bastante práticos. O diodo sozinho pode fazer o trabalho de retificar uma corrente alternada, deixando passar a dita corrente apenas quando a polaridade se apresenta no sentido direto.
Se ligarmos 4 diodos, aplicando-se tensão, sob qualquer polaridade, na saída do arranjo teremos polaridade fixa e invariável. Com isso, pode ser aplicada C.C de qualquer polaridade, ou principalmente C.A., apresentando-se sempre com as polaridades indicadas. Supondo que “A” está positivo e “B” negativo, D2 e D3 estarão polarizados no sentido direto, enquanto que D1 e D4 estarão inversamente polarizado. É só seguir as setas para verificar a polaridade na saída do sistema. Quando “A” estiver negativo, e “B” positivo, então D4 e D1 estarão polarizados no sentido de condução, enquanto que D2 e D3 não conduzirão, por estarem inversamente polarizados. Se a corrente aplicada ao ponto A-B for alternada, a saída continuará sob polaridade fixa, apenas que a corrente se manifestará em pulsos e não de forma contínua.
Os fabricantes oferecem esse arranjo num encapsulamento único, quase sempre com os terminais identificados da seguinte maneira: uma “senóide” (forma de onda de corrente alternada) para os dois terminais de entrada e (+) e (-) para os terminais de saída. Não se esqueça que pontes desse tipo são formadas por diodos, e que diodos têm parâmetros e limites, portanto as pontes também os têm. Obviamente que, uma vez calculado ou parametrado um componente, limite, valor de tensão, corrente, resistência, capacitância, potência, etc., quanto mais perto desse valor pudermos chegar, na prática, melhor.
No dia-a-dia da eletrônica, contudo, muitos dos circuitos e aplicações são não críticos, admitindo margem relativamente larga de variação em parâmetros e valores, sem que isso venha a influenciar substâncias no funcionamento ou comportamento esperado do dispositivo. Embora capacitores, resistores e todos os demais componentes tenham suas tolerâncias naturais na grande maioria dos casos, esse fator não é mencionado. Quando isso ocorre, é porque tal fatos não é importante, podendo ser usado, no item, um componente com qualquer das tolerâncias ou margens de erro existentes no mercado. Se for solicitado um resistor de 1K x ¼ watt x 10%, por exemplo, não pode ser aplicado um componente de 1K x ¼ watt x 20%, tem que ser de 10% ou melhor um para 5% ou 1% pode ser colocado.
Por Gricer Bento
Técnico em Eletrônica e Informática
Instagram: https://www.instagram.com/gricerbento/
Proprietário/Técnico da Griço Eletrônica desde de 2001.
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