Resistores

O Resistor, em qualquer circuito, dispositivo ou aparelho eletro-eletrônico é o mais importante componente passivo. O resistor é a peça que mais aparece. Fabricados em muitos valores, permitindo com facilidade determinar tensões e correntes, sempre que tais grandezas devam ser precisamente dimensionadas, para adequar o funcionamento de componentes específicos. Esse importante componente está diretamente ligado a Lei de Ohm.


Sua função é exercer resistência à passagem da corrente elétrica, colocando maior ou menor obstáculo ou dificuldade à tal passagem, dependendo do seu valor ôhmico. Resistor de menor valor apresentam menor obstáculo à corrente e os de maior valor colocam também maior obstáculo.

Todo e qualquer material (metal, carvão, madeira, vidro, água, ar, etc.) é capaz de oferecer um certo grau de dificuldade ou oposição à passagem da corrente elétrica. A não ser a total ausência de matéria (vácuo absoluto – que é praticamente impossível de se obter, mesmo em laboratório avançado), nenhum material, elemento, liga, etc., mesmo gases, consegue impedir totalmente a passagem da corrente elétrica! Existem, contudo, diversos graus de resistividade entre os materiais naturais ou feito pelo homem. Podemos classificar em três grandes blocos:

BONS CONDUTORES – São os materiais que oferecem muito baixa resistência à passagem da corrente elétrica. Praticamente todos os metais e suas ligas (mistura de metais) e muitos gases e líquidos (com características físico-químicas que facilitam a condução da corrente...), o carvão, etc. Atualmente, pesquisas na área dos chamados super-condutores, determinaram que, submetidos a temperaturas extremamente baixas, certos materiais podem até atingir a condição de condutores absolutos, ou seja, apresentar uma resistência elétrica muito próximo de zero.

ISOLANTES – Também chamados de maus condutores, tais matérias oferecem grande resistência ao trânsito da corrente. Os mais comuns (e por isso mesmo costumeiramente utilizados na prática da Eletro-Eletrônica...) são o vidro, a borracha, os plásticos, a madeira, o papel seco, a água pura (destilada), etc. Esses materiais podem vedar quase que completamente a passagem da corrente... não esquecer que nunca serão capazes de bloquear totalmente a corrente.

SEMI-CONDUTORES – Certos minerais, compostos, ligas, etc., apresentam características de resistividade média e que, eventualmente, podem ainda ser manipuladas ou controladas industrialmente, através da inserção de certas impurezas controladas e dosadas, de modo a se obter um comportamento elétrico específico. Entre os materiais mais comumente utilizados na eletrônica, estão o germânio, o silício, o cádmio, o gálio e outros, que constituem matéria prima básica para a fabricação de transístores, circuitos integrados, dispositivos opto-eletrônicos, etc.

Industrialmente para se obter os mais variados valores de resistência, não é preciso usar-se diversos materiais. Um mesmo material básico pode ser utilizado na obtenção de centenas de valores resistivos diferentes. O material mais usado na feitura industrial dos resistores é o chamado filme de carbono, que não passa de uma película de um composto à base de carvão ou similar, aplicada sobre pequenos cilindros de cerâmica (ou outro material não condutor). Simplesmente dosando o comprimento e a espessura dessa película ou filme, podem ser obtidos os mais diversos valores!

O filme de carbono depositado sobre os pequenos cilindros que formam os resistores industriais, materiais mais longos, ou de menor espessura, apresentam-se mais resistivos, filme mais curtos, ou mais espessos, são menos resistivos. Assim através de cuidadoso controle industrial, feito a partir de maquinário de alta precisão, podem ser produzidos resistores de praticamente qualquer valor.

Os símbolos, tem forma de pequeno retângulo e é universalmente adotado. Em alguns esquemas mais antigos, pode aparecer o símbolo na forma de uma linha em zigue-zague. Atualmente, porém, essa simbologia é apenas utilizada para representar resistores aquecedores, industrialmente produzidos especificamente para funcionar como resistências térmicas (usadas, por exemplo, dentro do ferro de soldar, no chuveiro elétrico, no ferro de passar roupa, etc.).

A aparência dos resistores utilizados hoje em dia, é um pequeno cilindro, com terminais metálicos axiais (os terminais estão dispostos ao longo de um imaginário eixo do cilindro). Sobre o corpo do componente estão gravadas as listas ou faixas coloridas que permitem, através de um código simples.

A DISSIPAÇÃO (WATTAGEM) DOS RESISTORES

Para que o componente não seja submetido a um aquecimento excessivo, devemos ter por norma utilizar sempre um resistor para o dobro da wattagem. A dissipação da potência consumida pelo componente (na forma de calor) é, na prática, diretamente proporcional ao tamanho do resistor. Assim, quanto maior a wattagem, maior também o tamanho físico do resistor (o mesmo ocorre, de maneira geral, com os demais componentes eletrônicos).

ASSOCIANDO RESISTORES (SÉRIE E PARALELO)

Embora sendo teoricamente possível a fabricação de resistores em qualquer valor ôhmico, desde quase zero ohms, até dezenas ou mesmo centenas de milhões de ohms, é óbvio que, na prática, as coisas não são assim. Acontece que, no dia-a-dia, nas experiências e em muitas circunstâncias práticas e específicas, acabamos por necessitar de valores também específicos, que não podem ser obtidos no varejo de componentes. Nesse caso devemos recorrer às chamadas associações de resistores, juntando de determinada maneira dois ou mais componentes, de forma a obter o valor ôhmico final desejado. As duas associações básicas são denominadas, série e paralelo.

Ex1: Dois resistores (100R cada) em série, totalizando 200R. A chamada ligação em série constitui em simplesmente enfileirar os componentes, que ficam, assim, ligados um atrás do outro.
Ex2: Três resistores (100R cada), em série, totalizando 300R.
Ex3: Dois resistores (100R cada) ligados em paralelo, totalizando 50R, em paralelo os componentes ficam ligados um do lado do outro.
Ex4: Três resistores (100R cada) ligado em paralelo, resultando 33R33 ou 33,33R. Quanto mais resistores em paralelo, menor fica o valor final do conjunto.
Ex5: Uma associação mista com um resistor de 100R em série com dois outros (100R cada) esses dois em paralelo, o valor resultante do arranjo é 150R.
Ex6: Associação mista de dois resistores (100R cada) em paralelo, ligados em série com dois outros (100R cada) em paralelo, apresentará o valor de 100R.

Ligados em série o conjunto de resistores se comportam como se fosse um único resistor, cujo o valor total é igual à soma dos valores individuais dos componentes que formam o conjunto. A fórmula para o cálculo é simples. Rs=R1+R2+R3+...Rn.

Quando ligados em paralelo, o valor ôhmico total do conjunto é sempre inferior ao valor do menor resistor que forma o conjunto. A fórmula é 1/Rp=1/R1+1/R2+1/R3+...1/Rn.

RESISTORES VARIÁVEIS E RESISTORES AJUSTÁVEIS

Um resistor cujo valor nominal seja 1K (marrom-preto-vermelho) terá sempre mil ohms. Em muitas funções circuitais específicas, contudo, torna-se necessário o uso de resistores específicos, cujo valor ôhmico possa ser, eventualmente alterados ou ajustados. Os diversos controles progressivos existentes em muitos dos aparelhos existentes, são realizados a partir de resistores variáveis, também chamados de potenciômetros ou trim-pots.


Esses resistores especiais são fabricados de modo que um contato móvel pode, comandado por um eixo rotativo ou mecanismo deslizante linear, percorrer toda a extensão do elemento resistivo (uma pista de carbono). Assim, através desse ajuste puramente mecânico, conseguimos, com facilidade, alterar o valor real da resistência intrínseca do componente. Nesse caso, um potenciômetro ou trim-pot com valor nominal de 10K (dez mil ohms), pode, dependendo do seu ajuste, assumir qualquer valor de resistência, entre zero e 10K. 

Pequena diferença existente, no potenciômetro o ajuste pode ser efetuado a qualquer momento, já o trim-pot, o ajuste é feito e depois, esquecido.

Por Gricer Jr
Técnico da Griço Eletrônica e Informática

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