O relê nada mais é do que um
eletroímã industrialmente projetado para acionar magneticamente um contato ou
chave. Isso quer dizer que os relês podem ser considerados como interruptores
eletrônicos ou chaves eletricamente acionada. Assim como os interruptores
comuns (mecânicos) também os relês podem ser dotados de mais de um contato,
numa chave H-H comum, por exemplo, dois conjuntos de contatos elétricos são
simultaneamente acionados por um único botão. Existem, então, no varejo
especializado, relês com interruptores simples (1 polo x 1 posição), duplos (1
polo x 2 posições) ou múltiplos (2 polos x 2 posições ou mais polos x 2
posições).
Um exemplo é o RU101XXX, fabricado no Brasil
pela Schrack, dotado de um contato reversível e que pode ser encontrado com
bobinas para várias tensões de uso corrente, capaz de manejar, através de seus
contatos, apreciável corrente e potência. Outro exemplo é o MC2RXX, fabricado
nacionalmente pela metaltex, também oferecido com bobinas para várias tensões
usualmente empregada nos circuitos, e dotados de dois contatos reversíveis.
Ambas as séries de relês aqui mencionadas abrangem muitos modelos ou códigos.
Ao escolhermos um relê para
certa função, devemos levar em conta todos os parâmetros fornecidos pelos
fabricantes, a partir de algumas posturas lógicas:
- Se temos uma alimentação
disponível de 6 volts, devemos usar um relê com bobina para 6 volts e não para
9 ou 12...
- Se precisamos que o relê
comute dois circuitos ou cargas independentes, temos que usar um modelo com
pelo menos dois contatos (do tipo MC2RXX) e não com apenas 1 contato.
Se o relê terá que comutar uma
carga consumindo corrente de, por exemplo, 8 ampéres, temos que usar um modelo
cujos contatos possam trabalhar com tal corrente, nunca menos. No caso, um relê
da série RU101XXX daria conta do recado.
- Se o quesito for consumo de
energia for importante, devemos escolher um relê cuja a bobina apresenta resistência
ôhmica capaz de, na tensão de trabalho previamente determinada, drenar a
corrente mais modesta possível.
O TRANSFORMADOR
Assim como ocorre com os
relês, também os transformadores são componentes fabricados e oferecidos em muitos
modelos específicos, quanto as tensões e correntes que podem manejar, tipo da
utilização, impedância e outros parâmetros. Por fora todos os transformadores
são muito parecidos, uma vez que o princípio de sua construção não mudam, dois
ou mais enrolamentos de fio de cobre esmaltado sobre um núcleo metálico formado
geralmente não por um tarugo sólido, mais por um conjunto ou sanduíche de
lâminas de ferro/silício. Esse conjunto de lâminas, ensanduichadas ou
empilhadas, costuma apresentar formatos letras “E” e “I”, ou “F”. Aqui vale
lembrar que o pulso magnético capaz de induzir ou transferir a energia, de um enrolamento
para outro, apenas ocorre nos momentos em que a corrente é ligada ou desligada
num transformador. Assim se estivermos lidando com alimentação em corrente
contínua, temos que promover uma forma de ligar e desligar tal corrente, de
modo que o transformador possa exercer suas funções. Existem, entretanto, um
corrente elétrica que se liga e desliga sozinha, invertendo também sua
polaridade constantemente, a corrente alternada da tomada faz isso. Trafo
é o apelido carinhoso com que os técnicos da área chamam os transformadores. O
primário do transformador (P) normalmente apresenta 3 fios (0-110 – 220V), o
que possibilita sua ligação à rede de 110 ou 220V. O secundário (S) também
apresenta três fios, centro ou central correspondente a “zero”, enquanto que os
extremos correspondem a tensão nominal de saída do Trafo (no caso 12V). Notar
que se a saída for recolhida entre o terminal central do secundário e qualquer
dos seus fios extremos, obteremos 12V, porém se tomarmos a saída entre os dois
fios extremos, teremos 24V (12 +12).
Alguns transformadores de
força usam um método diferente para adequar o seu enrolamento primário (P) à
ligação em rede de 110 ou 220V. No caso, temos dois primários (P1 e P2), cada
um dimensionado para aceitar 110V. Para trabalhar em redes de 110V, esses dois
primários são paralelos, emenda-se 1 com 3 e 2 com 4, ligando-se esses pontos a
cada polo da corrente alternada. Para redes de 220V, os dois primários devem
ser seriados, emenda-se 2 com 3 e ligam-se os terminais 1 e 4 à tomada ou a
rede. O secundário, no caso, é de idêntica estrutura à mostrada anteriormente.
Alguns transformadores de
força apresentam um secundário simples, sem o terminal central. No exemplo, o Trafo
tem só dois fios no secundário, medindo-se entre eles 12 volts. Para algumas
aplicações específicas, circuitos que eventualmente exijam várias tensões de
alimentação diferentes, os transformadores de força também podem apresentar-se
com mais de um enrolamento secundário (S). Por exemplo, o trafo tendo dois
secundários, um deles oferecendo 3 volts e outro mostrando 25 volts. Os velhos
transformadores com circuitos valvulados, costumam apresentar esse tipo de
estrutura, uma vez que as válvulas precisavam de uma baixa tensão para seus
filamentos aquecedores, usualmente 12 volts e outra tensão, muito mais alta,
para suas polarizações de funcionamento, normalmente entre 200 e 450V.
Um exemplo muito específico de
transformador de força, é o do chamado conversor 110-220, que, na verdade, tem
estrutura de auto-transformador (os enrolamentos do primário e do secundário
são feitos em sequencia, com um só fio). Alguns pontos importantes que devem
ser conhecidos desde já, sobre os transformadores de força (alimentação):
-São sempre fabricados com
primário para as tensões convencionais da rede 110 ou 220, porém com
secundários para um grande número de tensões específicas (desde 3 volts até 50
volts ou mais). Um Trafo com secundário de 12V não pode ser usado diretamente
na alimentação de um circuito que precisa de 6 volts, por exemplo, nem
obviamente, num circuito que demanda 25V.
-Um parâmetro tão importante
quando a tensão de saída no secundário, é a corrente que um transformador é
capaz de oferecer. Podem ser encontrado s trafos com secundários em que
qualquer tensão, com capacidade de corrente de 100mA (0,1ª) até dezenas de
ampéres. A wattagem de um transformador de força é obtida pelo produto de sua
tensão de secundário pela corrente que esse secundário é capaz de fornecer.
Assim, um Trafo com saída de 12V x 2ª é chamado de Trafo Trafo de 24 watts (12
x 2), e assim por diante. Os parâmetros de tensão, corrente e wattagem no
secundário de um Trafo são sempre determinados pelos requisitos da carga ou
circuito que o dito Trafo deva alimentar.
- Se a tensão no secundário do
Trafo for maior do que as necessidades do circuito alimentado, este poderá
queimar-se.
- Se a tensão for menor, o
circuito alimentado não funcionará corretamente.
- Se a corrente disponível no
secundário do Trafo for maior do que a requerida pelo circuito alimentado, tudo
bem. O circuito usará apenas a corrente que precisa, ficando uma sobra de
corrente, que não causa problema.
- Se a corrente oferecida pelo
secundário for menor do que a realmente dispendida pelo circuito a ser
alimentado, este não funcionará correntamente.
Resumindo:
- SOBRA DE TENSÃO – Não pode.
- FALTA DE TENSÃO – Não pode.
- SOBRA DE CORRENTE – Pode.
- FALTA DE CORRENTE – Não pode.
Por Gricer Jr
Técnico da Griço Eletrônica e Informática