Sem muito esforço de raciocínio,
um galvanômetro é, em essência, um motor elétrico, apenas que seu eixo, pela
disposição eletro-magnética-mecânica da coisa, não pode completar o giro,
executando apenas um movimento em forma de arco. Um motor de CC comum, funciona
exatamente dentro dos princípios e arranjos básicos usados no galvanômetro,
porém, dotado de uma estrutura mecânica inteligentemente inventada, pode
completar seus giros, imprimindo tal movimento ao seu eixo.
O motor CC comum, podem ser
obtidos em vários tamanhos, torques (Força que um motor é capaz
de exercer, no seu giro) e regimes de rotação, em RPM (rotação por Minuto).
Também são várias as tensões nominais de trabalho, tipicamente indo de apenas
1,5 volts até 48 volts, adequando-se, portanto, a cada aplicação e tipo de
alimentação disponível ou necessário.
A estrutura do motor CC é
igualzinho ao que ocorre no galvanômetro, uma bobina encontrada mergulhada
dentro de intensas linhas de força de um campo magnético gerado por um imã
permanente em forma de “U” ou círculo interrompido. A diferença mecânica básica
é que no motor a bobina tem seu giro todo livre. Um inteligente sistema de
comutadores e escovas permite alimentar a bobina de corrente elétrica ao longo
de todo o seu giro, causado pela interação do campo magnético eletricamente
gerado na dita bobina, com o campo fixo gerado pelo imã permanente.
Num motor de CC a bobina ou enrolamento
encontra-se rigidamente fixadas ao eixo de modo que, através de uma extremidade
livre do dito eixo podemos recolher o movimento e usá-lo para nossos propósitos.
Não se sabe ao certo quem, pela primeira vez, imaginou e fez funcionar um
sistema de comutadores e escovas para a alimentação de um eletroímã rotativo,
entretanto, seja quem for, pode ser considerado um dos gênios da humanidade,
uma vez que sem o motor elétrico, hoje ainda viveríamos na Idade Média da
tecnologia, da industrialização e de outros conceitos que determinam a evolução
e a modernidade das nossas vidas.
Como vimos nos altos-falantes
e microfones magnéticos são equivalentes vice-versa, nas suas ações de
conversões de energia mecânica em elétrica ou elétrica em mecânica. Os motores
de corrente contínua também podem funcionar ao contrário. Aplicando energia
elétrica aos seus terminais, obtemos movimento. Entretanto, se aplicarmos
movimento, girando seu eixo via aplicação de qualquer forma de energia, cólica,
hidráulica, ou mesmo humana, obteremos, nos terminais do seu enrolamento,
corrente elétrica.
O motor ao contrário é chamado
de dínamo
ou gerador.
Nele, o rolamento ao girar dentro do campo magnético fornecido pelo imã
permanente, gera uma corrente que pode ser recolhida através dos terminais da
bobina e usada para nossos propósitos energéticos. É assim, por exemplo que
funcionam os pequenos dínamos acoplados à roda de bicicleta: o eixo do gerador
é acionado pelo atrito direto com o pneu, com o que o dispositivo gera energia
elétrica suficiente para o acendimento do farol e lanterna traseira.
Dá, agora, para descobrir
outra importante analogia, entre um microfone magnético e um dínamo ou gerador?
É só pensar um pouquinho... Isso mesmo! Ambos podem transformar energia mecânica
em energia elétrica. Importante é sempre lembrar que NÃO SE PODE OBTER ENERGIA
(sob nenhuma forma...) DO NADA. Em compensação, com relativa facilidade,
podemos transformar um tipo de energia em outro e aí reside toda a maravilha da
tecnologia, em todos os seus aspectos.
Por Gricer Jr
Técnico da Griço Eletrônica e Informática
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